sexta-feira, 8 de abril de 2011

Ozzy Osbourne leva 11 mil pessoas para o Ginásio Nilson Nelson

Já no bis de sua apresentação, na noite de terça-feira, Ozzy Osbourne abriu um sorriso tão largo que ficou mais do que claro sua satisfação de estar ali. A felicidade era mútua: os aproximadamente 11 mil fãs presentes no Ginásio Nilson Nelson responderam com o mesmo entusiasmo (Olê, olê, olê, olê… Ozzê, Ozzê!) com que o cantor britânico e sua banda entregavam as músicas.

Ozzy cantou durante uma hora e meia e entrou no palco pontualmente (na verdade, alguns minutos antes do programado, às 21h27). Na abertura do show, o Sepultura esquentou os ânimos da galera, que respondeu com entusiasmo, principalmente em clássicos do grupo brasileiro como Territory e Roots bloody roots.

Para Ozzy, o microfone funciona como uma peruca de Sansão. Segurando o objeto, ele se transforma em uma entidade poderosa. Sem ele em mãos, o músico de 62 anos perde um pouco da pose, mas não o charme desengonçado. Afinal, como não se encantar com suas palmas que mais parecem polichinelos, com as caretas, os pulinhos e o andar de passos curtos e apressados? Ozzy pode até ser o príncipe das trevas, mas ali era pura resplandescência.

Talvez, por isso mesmo, seu palco seja simples, sem cenografia ou acessórios. Além do eficiente jogo de luzes, o único recurso cênico de Ozzy é uma mangueira de espuma — uma referência direta ao nome de seu primeiro disco solo, Blizzard of Ozz — ou Tempestade de Ozz. O cantor se dirigiu várias vezes ao presentes, mas sempre com as mesmas frases (“Não consigo ouvi-los! Mais alto!”, “Amo vocês!”). 

Seus companheiros de ofício colaboram — e muito — para o impacto causado pelo show. Quando o cantor apresenta a banda, o baterista Tommy Clufetos é o mais ovacioando. O tecladista e guitarrista Adam Wakeman é o elemento discreto do quinteto. Um contraponto ao baixista Rob Nicholson e ao guitarrista Gus G. Localizados, respectivamente, à esquerda e à direita do palco, eles não param um instante, fazem poses, sacodem as cabeleiras e, claro, tocam muito. Se Gus está no mesmo nível de seus antecessores (e a lista só tem feras: Randy Roads, Jake Lee, Zakk Wylde…) isso é assunto para acaloradas e intermináveis discussões entre os fãs. O fato é que o cara toca muito e tem carisma. E, para ganhar a plateia de vez, ainda mandou Brasileirinho (o clássico do choro composto por Waldir Azevedo), durante o longo momento instrumental que Rat salad acaba virando no show.

A música, uma das faixas do clássico Paranoid, lançado pelo Black Sabbath em 1970, é uma das cinco músicas desse disco que Ozzy exibe no set. Mas não seria preciso conhecer a obra da antiga banda do cantor para saber quais composições são do Sabbath e quais são da carreira solo.

Para Ozzy, o microfone funciona como uma peruca de Sansão. Segurando o objeto, ele se transforma em uma entidade poderosa (Jorge Cardoso/CB/D.A Press)
Para Ozzy, o microfone funciona como uma peruca de Sansão. Segurando o objeto, ele se transforma em uma entidade poderosa
As canções do grupo de Ozzy, Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward têm mais partes, são mais climáticas, densas, assustadoras e desesperadas. Solo, Ozzy optou por músicas mais diretas e radiofônicas. A primeira do Sabbath a aparecer no repertório da apresentação foi Fairies wear boots. War pigs e Iron man causaram ainda mais comoção. Mas o êxtase coletivo veio mesmo com Paranoid, a última música da noite.

Disco novo
Porém seria complicado falar de pontos altos quando o show foi formado basicamente por hits. Tirando Let me hear you scream, a única representante do disco mais recente do cantor (Scream, lançada ano passado), todas as outras músicas são velhas conhecidas dos fãs. Bark at the moon, Mr. Crowley, Suicide solution, Crazy train… “Vocês são mágicos!”, instigava o cantor.

Pouco antes do fim do show, Ozzy disse que se o público enlouquecesse ainda mais, ele tocaria mais uma, duas, talvez 10 músicas. Mas na verdade, o set list list (idêntico ao dos shows de Porto Alegre e São Paulo) já estava decidido e, a partir daquele momento, a contagem era regressiva para o fim do show. Mama, I'm coming home abriu o bis e, em clima emocionante, o pessoal cantou junto o baladão. Coube a Paranoid encerrar o show — desde já, um dos grandes que Brasília assistiu.

“Foi melhor do que eu imaginava”, comentou o bancário Leonardo Nascimento, 34 anos, que veio de Recife só para ver o ídolo. “Achei que encontraria um Ozzy mais quieto e me surpreendi”, acrescentou a esposa, a médica Catarina Nascimento, 38 anos. Depois do fim da apresentação, o estudante de direito João Antônio Bias, 22 anos, procurava algum souvenir do show na frente do palco. “Foi fenomenal, da primeira a última música”, elogiu. Para João, a energia do cantor não foi uma surpresa: “É isso que ele gosta, que faz ele ser quem é”.

PAUL MCCARTNEY TOCARÁ NO RIO
Após especulações sobre o retorno do ex-beatle Paul McCartney ao Brasil, foi confirmada ontem que o músico levará a turnê Up and coming tour ao Rio de Janeiro. De acordo com os organizadores do evento, os detalhes do show serão divulgados hoje pelos representantes da Planmusic, do Bradesco e da Prefeitura do Rio de Janeiro. Em novembro do ano passado, o músico esteve no Brasil trazendo esta mesma turnê. Na ocasião, Paul McCartney se apresentou em Porto Alegre e São Paulo.

FONTE: CORREIO BRASILIENSE

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