Por FILIPE FARAON / O Liberal
'Onze mil amigos' vibraram com o show histórico do Iron Maiden, ontem de noite. Foi assim que o vocalista Bruce Dickinson descreveu o público durante a apresentação, no Cidade Folia. O auge de emoção foi durante a música 'The Trooper', com os fãs cantando junto e batendo palmas. A primeira reação de boa parte do público, quando o Iron Maiden surgiu, foi gritar e tentar registrar a imagem. As estrelas do fundo do palco - que simulam o ambiente espacial, contexto da primeira música, 'The Final Frontier', - se confundiam com as luzes de câmeras fotográficas erguidas.
Enquanto os braços iam cansando e as músicas mais conhecidas começavam a surgir, o público passava a interagir mais. Os oito minutos de atraso para o início do show - dentro da pontualidade britânica do grupo - mostraram que a apresentação não iria além das duas horas programadas, por isso era importante aproveitar cada segundo. Cada brado de 'gritem para mim, Belém', dado por Bruce Dickinson, era motivo de histeria. Os fãs cantaram em uníssono o coro de clássicos do metal como 'Number of The Beast', 'The Trooper' e 'Fear of The Dark'.
Em intervalos de músicas, o vocalista lamentou o fato de a turnê não ter tocado no Japão, por conta do terremoto que gerou tsunami devastador no país. Bruce também comemorou o fato de estar em Belém pela primeira vez, elogiou a mulher brasileira e comparou os metaleiros a uma família. 'Temos fãs em todo o mundo e, não importa a religião ou a cor, são todos irmãos', afirmou. Com alguns minutos de folga para completar as duas horas, os instrumentistas fizeram um 'jam' enquanto Bruce provocava o público só para ter uma reação ainda mais calorosa. 'Vocês já estão cansados? Vamos lá!', gritava, até o final.
O depoimento emocionado de Marquinhos Moraes, vocalista da banda Acordalice e fã de Iron Maiden, reflete um pouco o sentimento de muitos dos fãs presentes. 'Já assisti muitos shows, mas isso aqui é único. Posso viver mais 40 anos e não vou ver nada parecido, é maravilhoso', diz, e prossegue: 'Sinto orgulho do rock ‘n’ roll, tudo correndo na maior paz. Fora o nascimento das minhas quatro filhas e o meu casamento, esse foi o momento mais emocionante da minha vida', confessa o vocalista.
Banda Paraense Stress abriu a apresentação dos ingleses
O clima esteve elétrico desde uma hora antes do show de abertura. Tudo era motivo de gritaria. Desde o momento em que os instrumentos da Stress eram arrumados, o público dava o grito comum em quase todos os países latino-americanos por onde as turnês da banda inglesa passa:'olê olê olê olê, Maiden, Maiden!'. Quando a banda Stress subiu no palco, o Cidade Folia já estava lotado e em clima de muita expectativa.
A resposta do público era calorosa para tudo que Rosevelt Bala, cantor da banda, fazia, principalmente quando a bandeira do Pará foi erguida. O show transcorreu sem incidentes ou problemas com a segurança. Uma operação entre vários órgãos, desde a tarde de ontem, tratou de organizar o ambiente para o show. Guarda Municipal e Ctbel cuidaram do trânsito, Polícia Militar estava ao redor para evitar brigas e vandalismos, Secretaria Municipal de Economia (Secon) fiscalizou camelôs e proibiu a venda de bebida alcoólica, enquanto que o Detran fez blitz com bafômetro até o fim do show.
Fãs resistiram mais de 24 h na fila para assistir ao show
Fãs resistiram ao sol e chuva e esperaram mais de 24h para garantir vista privilegiada do show do Iron Maiden. A banda britânica fez apresentação histórica da 'The Final Frontier World Tour 2011' ontem à noite em Belém. A banda paraense Stress, a primeira de heavy metal brasileira, abriu a noite e fez o Cidade Folia tremer.
O show inédito na capital paraense reuniu na plateia fãs de várias cidades brasileiras e até da América Latina. Admiradores do heavy metal que vieram da região Nordeste, Roraima, Amazonas, Belo Horizonte, São Paulo até Bolívia, Equador e Guiana Francesa. Alguns chegaram a Belém no final da manhã de quinta-feira e seguiram direto para o local do show a fim de garantir os primeiros lugares da fila.
Desde o início da manhã de sexta, a celebração ao Maiden atraiu a atenção de quem passou em frente ao Cidade Folia. Grupos de fãs se organizaram para comprar comida e montar barracas para quem chegou quase 36h antes do show. Até um esquema de segurança foi montado pelos fãs para evitar furtos e roubos de ingressos. 'Tem gente (no grupo) que nem se conhece. Roqueiro se enturma na hora', disse Jefferson Silva, 38 anos, sobre a articulação dos fãs. Um esforço que ele considera irrelevante diante da recompensa de assistir ao vivo os ídolos.
Fonte: O Liberal
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