terça-feira, 16 de julho de 2019

Review: Ozzy Osbourne – Ozzmosis (1995)


Em 1992, Ozzy Osbourne foi diagnosticado com esclerose múltipla e isso foi suficiente para anunciar sua aposentadoria e encerrar precocemente a turnê do álbum No More Tears (1991). Como consequência, ocorreu a dissolução de sua banda de apoio, que era formada por Randy Castillo, Mike Inez e Zakk Wylde. Quando Ozzy descobriu que foi diagnosticado erroneamente e que, na verdade, ele tinha a raríssima Síndrome de Parkin (problema genético com sintomas semelhantes aos do Mal de Parkinson), ele decidiu voltar à ativa e precisou montar novamente uma banda para gravar um novo álbum.

Sétimo disco gravado pelo Madman, Ozzmosis (1995) é o primeiro registro de estúdio da carreira solo do músico a contar com seu ex-companheiro de Black Sabbath, Geezer Butler, no baixo. Completam o time o então já consagrado Zakk Wylde nas guitarras(recrutado novamente para o posto), Deen Castronovo na bateria (Journey, The Dead Daisies) e Rick Wakeman nos teclados (Yes).

O disco conta com a produção - também teclados em algumas faixas - de Michael Beinhorn, que até então havia produzido Mother’s Milk (1989) do Red Hot Chili Peppers e Superunknown (1994) do Soundgarden, entre outros. Originalmente, as gravações começaram com o produtor Michael Wagener (Extreme, Skid Row, Dokken), mas após a gravação de algumas faixas a gravadora não gostou do estilo da produção e Wagener foi substituído por Beinhorn, que trouxe uma sonoridade mais moderna, característica que seria seguida em todos os álbuns a partir deste. Alice in Chains, Stone Temple Pilots e Nirvana estavam em alta na época, e isso pode ter contribuído para a sonoridade mais alternativa encontrada em Ozzmosis.

Repetindo o que havia ocorrido no antecessor, o álbum traz uma faixa composta por Ozzy e Lemmy, a ótima “See You on the Other Side”, que compõe a dupla das melhores canções do disco junto com a pesadíssima faixa de abertura, “Perry Mason”.

Única parceria da carreira com o guitarrista Steve Vai, a balada “My Little Man” soa deslocada nesse álbum. Tem letra que parece uma canção de ninar destinada a Jack Osbourne, então com 10 anos e para quem a música foi composta. Pouco antes gravar Ozzmosis, Ozzy e Vai juntaram-se em um projeto chamado X-Ray, que acabou não evoluindo. A dupla escreveu várias músicas, dentre elas “My Little Man”, único fruto dessa empreitada a entrar em Ozzmosis e que conta com Zakk tocando cítara na introdução. Outra parte dessas canções apareceu em Fire Garden (1996), de Steve Vai.

I Just Want You”, co-escrita por Jim Vallance (parceiro de composição de Bryan Adams nos seus maiores hits) também é uma das melhores, com o vocalista alcançando notas altas no final. Em “Tomorrow”, que pelo andamento poderia estar em um velho disco do Sabbath, Ozzy surge cantando de maneira rasgada, o que possivelmente resultou em alguns dias sem voz após a gravação. O excesso de baladas atrapalha o fluxo do disco, que encerra com “Old L.A. Tonight”. Esta, juntamente com “Denial”, é uma das músicas mais fracas do trabalho.

Relançado em 2002 com as canções extras “Whole World’s Fallin’ Down” (que poderia tranquilamente estar na versão original) e “Aimee”, Ozzmozis é um disco digno que marca o início de uma nova sonoridade para um velho ícone do heavy metal. O problema é que, depois dele, Ozzy entrou em uma zona de conforto e passou a se repetir álbum após álbum.

Por Diego Colombo

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