quinta-feira, 26 de setembro de 2013

DESTRUCTION E KRISIUN: Um mata o outro esfola

Juntos, Destruction e Krisiun derramam peso e agressividade sem dó em cima de uma turba animada no domingão metal do Rock In Rio.


O descabelado Schmier, do Destruction, teve o Krisiun como convidado
do esporro no domingão metal
Em um dos momentos “pára tudo” no Rock In Rio, surge no Palco Sunset o Krisiun para tocar, junto com o Destruction, o clássico dos clássicos “Black Metal”, do Venom. Era já o segundo show da tarde do domingão do metal, no dia 22, e, àquela altura, o Destruction já tinha detonado oito porradas em clima de pura festa thrash metal, com direito a roda de Fogo, mosh e cabeça de cavalo, numa tarde que teve até – podem acreditar - body surfing de cadeirante com cadeira e tudo, no meio do povão! O formato escolhido para o encontro de duas das bandas mais esporrentas em todos os tempos foi esse: um pouco de Destruction e depois um pouquinho só de Krisiun, com duas interseções absolutamente matadoras.

Turbinado sabe-se lá por qual substância etílica, o baixista/vocalista Schmier estava em estado de graça. “Foda pra caralho, meu português é uma merda, então vamos falar a língua do metal”, disse, meio agradecendo meio anunciando a terceira música, “Spiritual Genocide”, título do disco mais recente, lançado no ano passado. Ele foi um dos poucos que se salvou na edição de 2011, nesse mesmo Palco Sunset, ao participar do fiasco em que se transformou o “The Punk Metal Allstars”, graças às condições precárias da aparelhagem de som. Agora, o trio atropelou sem dó o público que se aglomerava no entorno do palco, socando porradas na moleira como “Curse Of Gods” e “Mad Butcher”, desencravadas dos anos 80 com fúria e agressividade incomuns para a época.


O guitarrista do Krisiun, Moyses Kolesne, solando no centro do palco: convidado abusado esse
Um mata e outro esfola. Era “Black Metal” o cover do Venom que o baterista do Krisiun não quis revelar o título a este Rock em Geral. A execução da música incluiu as duas baterias no palco, com Max Kolesne e Vaaver dispostos a tocar até o mundo acabar em metal. Espremido por um tempo curto – o grupo merece um show só dele no Palco Mundo , o Krisiun tratou de mandar um repertório cruel e ainda mais veloz. Se já não bastasse tocar a espetacular “Ominous”, uma das preferidas da casa, também entraram no set duas das mais pontiagudas músicas tocadas nos shows mais recentes do trio: “Combustion Inferno” e “Vicious Wrath”. “O Krisiun está aqui!”, foi a senha do baixista Alex Camargo para o início do sacrifício sonoro.



“Pela primeira vez na história, death metal nacional no Rock In Rio”, comemorava Camargo, entre agradecimentos e gritos do público que reconheciam os anos de longas turnês pelo underground no Hemisfério Norte, que, enfim, desaguaram no maior festival do Brasil, ainda que em um horário pra lá de acanhado. O final é para anotar no mesmo caderninho em que a cover de “Black Metal” foi gravada: o dia em que o Destruction tocou “Total Desaster”, outra que sai das catacumbas dos anos 80, junto com o Krisiun. Que se registre que numa hora dessas não tem enrolação ou músico fazendo figuração: os seis tocam juntos, um mais rápido e agressivo que o outro, numa perseguição mútua avassaladora. “Vejo vocês no inferno”, arremata Schmier. Nós também.


Duelo de baixistas/vocalistas: Schmier e Alex Camargo se atacam fisicamente em pleno Palco Sunset

Set list completo:

1- Curse the Gods
2- Thrash Till Death
3- Spiritual Genocide
4- Nailed to the Cross
5- Mad Butcher
6- Armageddonizer
7- Bestial Invasion
8- The Butcher Strikes Back
9- Black Metal
10- Kings of Killing
11- Combustion Inferno
12- Vicious Wrath
13- Ominous
14- Total Desaster

Fotos: Léo Corrêa (1) e Divulgação Rock In Rio, Não Identificado (2) e Victor Nomoto (3).
Fonte: Rock em Geral

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