terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Resenhando: Van Canto - Tribe of Force

E abrindo os trabalhos no Hardmetal Brasil em 2011, um review..

Parte razoável dos headbangers deve conhecer o Van Canto, mas se esse não é o seu caso, farei uma breve apresentação desses moços (e moça).



(da esquerda p/ direita: Sly, Ike, Ross, Basti, Inga e Stef)


Pense em um álbum conceitual qualquer, pode ser da sua banda preferida caso ela possua um. Pensou? Agora imagine uma carreira conceitual: assim é o Van Canto. Oriundos da Alemanha, um dos pilares do heavy metal de onde posso citar Doro, Warlock, Scorpions e Edguy como bandas favoritas, esse grupo aqui aposta em uma idéia polêmica: ter 5 vocalistas e apenas 1 músico.

Vivendo em uma época onde cantores e cantoras escondem as vozes debaixo de efeitos sintetizados e eletrônicos irritantes, e até mesmo de riffs de guitarra (seja por falta de talento ou para tornar seu material mais atrativo ao público), eles resolveram imitar o som de guitarras, baixos e teclados com a própria voz, além é claro de usarem os vocais normais. Para isso contam com suporte de distorções, amplificadores para que os rakkatakka, dandan e wahwah soem o mais perto possível de um instrumento real. Na composição das músicas, o suporte de um piano.

E se toda a loucura é pouca, adicione o fato de haver um brasileiro na formação, o Ike, que aos 14 anos foi morar no estrangeiro. Créditos a comunidade Van Canto no Orkut de onde peguei a info. Na foto desse post ele é o segundo da esquerda para direita, ao lado do Sly.

Porém vamos ao assunto principal, que é analisar o cd mais recente, Tribe of Force, lançado pela Napalm Records. Em linhas gerais houve uma melhora após o não tão carismático Hero, onde foram colocados covers demais, quando a banda fez um bom debut gravando suas próprias músicas em A Storm to Come. Já o Tribe of Force começa com Lost Forever, a primeira música divulgada através de uma sample com mais de 1 minuto, e ah se todas as samples fossem desse tamanho.. Seguindo, temos To Sing a Metal Song, música gostosa de ouvir, principalmente pelo recado que a banda dá aos críticos:

All that I ever heard from you
Is silence
Pure silence
No guitars
No randandan
No "one for all"
and "all of one"
Listen to the crowd around me
They will teach you
To sing a metal song


Mas é nesse trecho aqui que a 'coisa' fica boa pra valer. Vou até colocar a parte traduzida:

I got the balls to live my life
And to sing a metal song
You won't tell me
How to sing them right
And how to carry on

(Eu tenho coragem para viver a minha vida
E para cantar uma canção de metal
Você não vai me dizer
Como cantá-las direito
E como seguir em frente)


Em matéria de covers agora temos apenas dois, Rebellion (Grave Digger), onde o próprio vocalista Chris Boltendahl faz uma participação, e Master Of Puppets do Metallica. As outras participações são de Victor Smolski (Rage) em One To Ten, onde a voz da única mulher -Inga- ganha mais espaço (pra alegria de quem vos escreve), e Tony Kakko (Sonata Arctica) em Hearted. Essa com inéditos guturais.

Mais destaques ficam por conta de Last Night of the Kings, uma balada com feeling abertamente inspirado no Blind Guardian, o que não seria estranho considerando que a produção aqui é de Charlie Bauerfiend, também produtor da banda de Hansi e cia. Tribe of Force tem um começo animado e bem vocalizado, e Magic Taborea é provavelmente 'histórica' na carreira do Van Canto, devido a presença das belas orquestrações. O clipe oficial foi ambientado com cenas do MMORPG Runes of Magic, para o qual música foi composta. Uma das minhas prediletas.

Resumindo, se você for um headbanger mente aberta e gostar dessas idéias de gerico que só o heavy metal tem, fica a dica. Minha única crítica, entretanto, é por usarem microfones em seus clipes, dá um ar muito estranho. Já as simulações de instrumentos em certos momentos fogem da realidade, se tornando o que muitos julgam por ridículo e absurdo, e em outros a semelhança é total. Eu até adoraria que eles seguissem apenas o conceito de banda-coral como mais ou menos se vê em The Mission, mas sei lá, como eu adoro idéias não clichês, gosto deles assim mesmo.



Formação:
Dennis Schunke (Sly) – vocal principal
Inga Scharf – vocal principal alto
Stefan Schmidt – vocal rakkatakka baixo, vocal solo de guitarra wahwah ("guitarra rítmica, principal nos solos")
Ross Thompson – vocal rakkatakka alto ("guitarra principal")
Ingo Sterzinger (Ike) – vocal dandan mais baixo ("baixo")
Bastian Emig – bateria

Tracklist:
1. Lost Forever
2. To Sing a Metal Song
3. One To Ten (Ft. Victor Smolski)
4. I Am Human
5. My Voice
6. Rebellion (Ft. Chris Boltendahl)
7. Last Night of the Kings
8. Tribe of Force
9. Water Fire Heaven Earth
10. Master of Puppets (Metallica Cover)
11. Magic Taborea
12. Hearted (Ft. Tony Kakko)
13. Frodo’s Dream

0 comentários:

Postar um comentário