sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Venom: 25 anos de Prime Evil


(lançado em 9 de outubro de 1989)

Alguns fãs mais radicais (ou cômicos, no caso) dirão que o Venom se vendeu neste disco. Afinal de contas, a banda passou a tocar bem, traindo suas convicções essenciais enquanto representantes de Satã na Terra. Ok, vamos voltar ao que importa. Com a saída de Cronos – levando os dois guitarristas a tiracolo – e o retorno de Mantas, o grupo recrutou o baixista e vocalista Tony “Demolition Man” Dolan, egresso do Atomkraft, além de Al Barnes, para dar uma força nas seis cordas, embora este último acabasse não aparecendo no material promocional. Aliás, a entrada de ambos foi uma exigência de Mantas para considerar a possibilidade de uma volta, já que a banda que levava seu nome já tinha lançado um disco e não seria justo jogar tudo para o alto.

O resultado foi um álbum com arranjos mais bem trabalhados, toques experimentais que não descaracterizaram o som e uma evolução instrumental latente – o que não significa, necessariamente, que ficou melhor, afinal de contas estamos falando de Venom, onde a tosquice é uma virtude. Mas o conceito de qualidade é algo relacionado a cada ouvinte, que deve tirar a própria conclusão após escutar a obra atentamente. O fato é que Prime Evil dividiu os fãs por um bom tempo. Hoje a maioria aceita a proposta, embora sempre tenha ficado claro que Cronos é a cara do grupo. Porém, seria uma grande injustiça desmerecer o belo desempenho de Dolan em seu lugar.


Quem ainda assim desconfiava, pôde vibrar ao som de petardos como a faixa-título e as aceleradas “Parasite”, “Carnivorous” e “Insane”, que justifica plenamente seu título na base da pancadaria. Outro grande momento acontece na climática “Blackened Are The Priests”, que logo se tornou uma das preferidas dos adeptos desta fase, especialmente por retomar a abordagem demoníaca dos primórdios, deixada de lado em Calm Before The Storm, play anterior a esse. A rifferama e melodia na melhor tradição da NWOBHM, de onde o Venom surgiu, dá as caras em “Harder Than Ever”, mostrando o lado Rock And Roll do quarteto. “Into The Fire” ainda conta com passagens de guitarras gêmeas mostrando o novo nível de excelência do conjunto.

Há até espaço para um cover de “Megalomania”, do Black Sabbath. Detalhe que Abaddon não conhecia a música e achou que seus companheiros a tinham escrito e levado para os ensaios. Dolan admite que Mantas o pediu para não dizer que se tratava de uma faixa alheia, pois o baterista não aceitaria incluí-la. Após descobrir, Abaddon teria ficado furioso. Falando em regravações, há ainda uma repaginada em “Live Like an Angel – Die Like a Devil”, da formação clássica, que entrou apenas na edição em CD. Tecnicamente, talvez o melhor álbum do Venom. No contexto histórico, passa longe dos dois primeiros e de alguns que vieram depois. Porém, merece estar na prateleira de todo apreciador.



Tony Dolan (baixo, vocais)
Mantas (guitarra)
Al Barnes (guitarra)
Abaddon (bateria)

01. Prime Evil
02. Parasite
03. Blackened Are The Priests
04. Carnivorous
05. Skeletal Dance
06. Megalomania
07. Insane
08. Harder Than Ever
09. Into The Fire
10. Skool Daze
11. Live Like An Angel – Die Like A Devil

Fonte: Van do Halen

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