por Nina Puglia
16 de março, 2011
Cheguei as 20:30 ao show da Tarja Turunen. Ver aquela fila de adolescentes imitando (mal) A cantora erudita, imediatamente me reportei a 2002, quando vi um show do Nightwish aqui em Brasília. É engraçado, porque, misturada à nostalgia do momento, veio aquela sensação de que, de fato, o estilo de bandas como essa permanecem apreciados predominantemente pela galera teen.
O show começou pontualmente as 21:30. Não estava nem de longe lotado como o tal show do Nightwish, mas a garotada estava realmente ansiosa pelo início do show. Quando a banda entrou, o furor foi grande. Quando a vocalista apareceu, o êxtase foi geral. Meninos e meninas chorando de emoção.
Após a primeira música, a cantora se comunica com o público falando algumas frases em português. “Estou muito contente em estar aqui”, ela diz, com simpatia. Mas uma coisa já me intrigou: o baixista da banda é Doug Wimbish, o mesmo do Living Colour, ou seja, em uma banda como a da Tarja, possivelmente ele não mostra nem 10% do que é capaz de fazer com o instrumento. Engano meu. Na 3ª música, o cara começa a solar. Quando você acha que ta acabando, ele começa a tocar com os DENTES. Isso mesmo: mete a boca nas cordas. E enquanto eu anotava isso pra não me esquecer, ele ainda desce do palco e vem pra galera! Foi sensacional aquilo! Realmente o ponto alto do show, na minha opinião. O público foi ao delírio.
A quinta música também foi precedida por algumas frases em português: “Esta é a minha favorita ao vivo”, diz Tarja. E realmente a música é energética e mais pesada. A cantora realmente mostra uma boa presença de palco. Pede palmas, encara a platéia com o olhar, bate cabeça, realmente legal de ver. Vale ressaltar também a qualidade técnica de Tarja. Você pode até não curtir as músicas, mas é fato que a finlandesa mostra muita técnica vocal e de microfone e não desafina ao vivo. E isso é o que diferencia um CANTOR de um vocalista.
Aí chegou a hora do show de Mike Terrana. O batera simplesmente destrói tudo solando em um intervalo para troca de roupa da vocalista. O layout do palco estava diferente, com o baterista na lateral direita, o que permite um contato mais próximo do baterista com o público. Depois dele, voltam o guitarrista e o baixista, também solando loucamente.
Êxtase mesmo foi nos primeiros acordes de “Wishmaster”. Tanto da moçada da platéia quanto da própria Tarja, que dança muito durante a música. Terminado o revival da antiga banda, ela anuncia que vai fazer algo diferente dali pra frente. Os músicos trocam seus instrumentos e começa um momento acústico no show. Na 2ª música, Tarja assume os teclados enquanto o tecladista se junta ao violoncelista.
“Esta é a última música”, diz Tarja. E o público já lamenta a saída da banda. O bis foi uma mistura meio estranha de uma música deles com Livin’ On a Prayer do Bom Jovi. Ela então apresenta a banda e a cozinha é a mais aplaudida.
A apresentação realmente agradou. O som estava muito bom e ela pareceu convencer o público com sua nova proposta. Saí de lá me perguntando até que ponto foi ruim para a cantora ter saído do Nightwish. Dave Mustaine também foi expulso de sua banda. E não deixou isso por menos. Falta descobrir se o Nightwish vai segurar a onda como o Metallica, porque Tarja mostrou que ainda tem muita força.
FONTE: ROCK BRASILIA
0 comentários:
Postar um comentário