quarta-feira, 23 de março de 2016

Iron Maiden 'resiste' a músicas novas e empolga público em Brasília

Banda tocou 15 músicas, sendo 6 do álbum 'The book of souls', de 2015.
Bruce liderou público de 11.500 mil e arrancou coração de luz do mascote Eddie.

A banda britânica Iron Maiden reuniu mais de 11.500 fãs em show no Nilson Nelson, em Brasília, na noite desta terça-feira (22). O grupo de heavy metal moatrou aos brasilienses a turnê “The book of souls”, cujo repertório é baseado no álbum homônimo. A apresentação, que aconteceu no ginásio Nilson Nelson, começou com 20 minutos de atraso, às 21h20. A primeira canção executada veio do novo CD: "If Eternity Should Fail".

Banda Anthrax (Foto:Joice Katlyn Castro via facebook)
Para aquecer o público, um dos principais nomes do trash metal, a banda Anthrax, subiu ao palco por volta das 19h55 e desfilou sucessos, como “Breathing Lightning”, “Caught in a Mosh”, “Medusa” e “Evil Twin”. Em seguida, quem se apresenta é o conjunto The RavenAge, que tem entre seus integrantes George Harris, filho do baixista do Iron Maiden, Steve Harris.

Banda The Raven Age (Foto: Facebook Oficial)
Antes mesmo da abertura dos portões, vários fãs já se reuniam para conversar e beber na frente do Nilson Nelson. A maioria usava camisetas pretas com o nome do grupo. Havia também alguns carros de som tocando músicas da banda.


Para o público entrar no clima, uma loja oficial foi montada no estacionamento do ginásio. Entre os artigos vendidos no local, estão camisas (R$ 120), posters (R$ 30) e bonés (R$ 120).

Esta é a terceira vez que o Iron Maiden vem a Brasília. Os outros dois shows aconteceram recentemente, em 2009 e 2011. Pouco tempo quando comparado à longa trajetória da banda, que em 2016, completa 41 anos de existência.

DETALHES DO SHOW

Das 15 músicas do show, seis eram do novo álbum, "The book of souls", lançado em setembro passado. Mais do que isso: entre as cinco primeiras, apenas "Children of the damned" não era do mais recente trabalho.

Tanta novidade não diminuiu a energia do público, que acompanhou os coros e atendeu aos pedidos do cantor Bruce Dickinson, fosse na hora do "scream for me Brasília" (grite para mim, Brasília), no momento de erguer as mãos ou para acompanhar trechos de músicas.

Os músicos Steve Harris, Dave Murray e Adrian Smith,
do Iron Maiden, durante show em Brasília
(Foto: Alexandre Bastos/G1)
A apresentação teve início às 21h19, após uma introdução com a música "Doctor, doctor", do UFO e a exibição de um vídeo de animação com o avião da banda, o Ed Force One, preso entre cipós e outras vegetações em um cenário parecido com uma selva. Assim que a aeronave se desprende e alça voo, Bruce aparece em uma estrutura que passa atrás da banda ao longo de todo o palco, em um patamar acima da bateria.

A primeira da noite foi a faixa de abertura do álbum mais novo, "If eternity should fail". O vocalista permanece no mesmo espaço, com a cabeça baixa sobre uma pira de onde sairão línguas de fogo por todo o show.
O baixista do Iron Maiden, Steve Harris, no palco do ginásio
Nilson Nelson, em Brasília (Foto: Alexandre Bastos/G1).
O teclado de Michael Kenney marca a introdução até que a música explode. O baixista Steve Harris, o baterista Nicko McBrain e os guitarristas Dave Murray, Adrian Smith e Janick Gers já estão em cena. Começa o espetáculo.

Capa do disco 'The book of souls', do Iron Maiden
(Foto: Reprodução)
Adrian e Dave estão mais à esquerda do público. Steve e Janick começam do outro lado. O baixista veste uma camiseta regata e é o único de bermuda, em total contraste com o moleton que Bruce vai usar na maior parte do set – talvez por recomendação médica, já que ele se curou há pouco de um câncer na língua.

A segunda da noite é a primeira música de trabalho do disco novo, "Speed of light. Nos telões, imagens do clipe oficial, em computação gráfica e com trechos simulando jogos de videogame. A obra foi dirigida e produzida por Llexi Leon, criador da banda virtual Eternal Descent. Quando a câmera projeta no telão o público do show, é fácil perceber a turma do gargarejo acompanhando a letra da canção.

Antes de "Children of the damned", clássico do disco "The number of the beast", de 1982, Bruce fala que a cidade de Brasília marca o retorno do Ed Force One, avião do Iron Maiden, à turnê. A aeronave ficou em manutenção por dez dias, após um acidente na pista do Aeroporto Internacional Arturo Merino Benitez, em Santiago do Chile, que danificou o trem de pouso e dois motores da aeronave.

O vocalista Bruce Dickinson e o guitarrista Janick Gers no Iron Maiden
(Foto: Alexandre Bastos/G1)
Turnê pelo Brasil

Os britânicos chegaram ao Brasil no último dia 17. Desde então, eles já tocaram no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte. Depois de Brasília, o grupo segue para Fortaleza, na quinta-feira (24) e São Paulo, no domingo (26). A previsão é de que a turnê “The book of souls” - a 22ª da carreira do Iron Maiden - passe por 35 países de seis continentes.

De volta ao show, "Tears of a clown" e "The red and the black", mais duas novas, são executadas em seguida. A segunda é um dos destaques do disco, com a famosa "galopada" de guitarra e baixo e um coro de "oh oh oh oh oh" que levanta o público.

Esquentou

Bastou aparecer o mascote da banda, Eddie, com a bandeira do Reino Unido no cenário ao fundo do palco para que a plateia tivesse um dos momentos mais fortes do show. A imagem é a deixa para um dos clássicos da trajetória da Donzela de Ferro: The trooper".

O vocalista do Iron Maiden, Bruce Dickinson
(Foto: Alexandre Bastos/G1)
Outro hit vem em seguida. O vocalista veste uma máscara de "luchador mexicano" e se transforma em "Bruce Demon", o "Demônio Azul", para cantar "Powerslave", faixa-título do álbum de 1984, considerado por muitos o principal trabalho fonográfico do Iron Maiden.

A nova "Death of glory" faz o público respirar um pouco. O mesmo acontece com "The book os souls", com Dave Murray dedilhando um violão na introdução, ao lado de Steve. Os ânimos voltam a ficar exaltados – no melhor sentido do termo – antes do fim da música, quando um Eddie de mais de 3 metros de altura começa a passear pelo palco.

Janick brinca com o mascote e passa debaixo da perna dele algumas vezes. Não demora muito e Bruce retira um coração luminoso do enorme monstro, exibe para o público e mergulha na pira sem chamas na estrutura atrás da bateria. Ele retira o órgão, já sem a luz, e mostra novamente à plateia.
O baterista do Iron Maiden, Nicko McBrain, no palco do Nilson Nelson, em Brasília
(Foto: Alexandre Bastos/G1)
Três hits fecham o set normal do show. "Hallowed be thy name", "Fear of the dark" – a campeã de coros e celulares em direção ao palco – e a música que dá nome à banda, "Iron maiden".

A faixa é sempre a última da primeira parte da apresentação. O público já sabe que está acabando, mas ainda tem tempo para se divertir com o malabarismo de Janick, os solos de Dave e Adrian, o baixo de Steve como se fosse uma arma na direção de cada presente no ginásio e a cabeça gigante de um Eddie inflável ao fundo do palco.

O guitarrista Adrian Smith durante show do Iron Maiden em Brasília
(Foto: Alexandre Bastos/G1)
Bis

O intervalo dura menos de um minuto. Antes que o público pudesse esfriar, uma figura gigante com chifres e uma cara de poucos amigos (seria a besta?) surge e recita o trecho da Bíblia que marca a introdução de "The number of the beast". Bruce dá um jeito de colocar o nome da cidade no meio da letra e mais uma vez fala "scream for me Brasília"

O guitarrista Janick Gers, do Iron Maiden
(Foto: Alexandre Bastos/G1)
"Blood brothers" vem em seguida. A música, do álbum "Brave new world", de 2000, é a única de todo o show que não faz parte, nem do último disco, nem da fase até 1994, quando Bruce deixou a banda para seguir carreira solo – o álbum que marcou o retorno dele foi justamente o "Brave new world".

A última da noite foi "Wasted years", uma das principais faixas de "Somewhere in time", composição de Adrian Smith. A faixa é uma das únicas da trajetória da banda a ter apenas um solo de guitarra, justamente do seu autor.

Ao final, os músicos agradecem, Bruce diz que verá o público em breve, Nicko joga peles dos tambores da bateria e baquetas e é o último a deixar o palco. No balanço da apresentação, discos considerados importantes na carreira da banda, como "Seventh son of a seventh son", de 1987, e "Killers", de 1981, não tiveram nenhuma canção no show.
Dave Murray, guitarrista do Iron Maiden, durante show em Brasília
(Foto: Alexandre Bastos/G1)
O mesmo vale para alguns dos últimos trabalhos, como "Dance of death", de 2003, e "The final frontier", de 2010. Na saída do Nilson Nelson era possível ver pessoas falando da ausência de clássicos como "Run to the hills", "Aces high", "2 minutes to midnight", "Can i play with madness", "Heaven can wait" e "Running free".

Steve Harris, do Iron Maiden, toca seu baixo Fender com símbolo do 
West Ham United, time para o qual torce o músico (Foto: Alexandre Bastos/G1)
Mesmo assim, o público parecia estar satisfeito por ter visto a banda ao longo de quase duas horas de show. Deve ser difícil mesmo condensar 41 anos de estrada e músicas de 16 álbuns em um único show. Os fãs foram para casa torcendo para que a fala de Bruce sobre um novo encontro se torne realidade.

****SET LIST****

Iron Maiden – show em Brasília

Introdução - Doctor, doctor (UFO)

If eternity should fail
Speed of light
Children of the damned
Tears of a clown
The red and the black
The trooper
Powerslave
Death of glory
The book of souls
Hallowed be thy name
Fear of the dark
Iron Maiden

Bis

The number of the beast
Blood brothers
Wasted years

1 comentários:

Unknown disse...

Poxa tem informação errada nesta matéria... :(

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