quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Motörhead: 25 anos de 1916

(lançado em 21 de janeiro de 1991)

Em 1990, Lemmy Kilmister realizou um objetivo de vida ao se mudar para West Hollywood, Califórnia, onde permaneceu até a morte. Com isso, ficou próximo de seu habitat preferencial, o Rainbow Bar & Grill, além de ter um contato diário com um clima de calor, como gostava. Porém, engana-se quem pensa que o Motörhead aderiu ao som festeiro e colorido das bandas locais, então no auge do sucesso. Ao contrário, o cenário apocalíptico continuava dominando a temática, embora abrisse espaço para algumas homenagens, sendo uma em especial a um país que tanto conhecemos. O fato é que várias músicas que entraram em 1916 já eram conhecidas por quem acompanhou os shows da então mais recente turnê do grupo, o que permitiu que elas ganhassem corpo antes mesmo de o quarteto entrar em estúdio.

Inicialmente, o produtor seria Ed Stasium, que vivia um grande momento após ter trabalhado com o Living Colour. Porém, após ter colocado instrumentos percussivos em uma música sem conhecimento da banda, acabou mandado embora, sendo substituído por Peter Solley. Em seus menos de 40 minutos, o álbum traz algumas diferenças em relação aos seus antecessores. A faixa-título é um tributo de Lemmy aos soldados mortos na Batalha do Somme, ocorrida no nordeste da França, durante a Primeira Guerra Mundial. “Nightmare/The Dreamtime” contava com teclados, enquanto “Love Me Forever” era uma balada em sua mais pura concepção. Mesmo “Angel City”, que conservava a veia Rock and Roll, trazia como novidade a inclusão de um saxofone.

Mas o típico Motörhead ainda estava presente na maior parte do tracklist, como ficava claro já na abertura, com “The One To Sing The Blues” e sua introdução cavalar, protagonizada por Phil Taylor. A sequência traz a pedrada “I’m So Bad (Baby, I Don’t Care)”, uma das mais conhecidas, que é sucedida por “No Voices In The Sky”, outra preferida dos fãs. Porém, é claro que o momento mais emocionante para os brasileiros vem em “Going To Brazil”, que ficou no setlist dos shows até o fim da carreira, servindo tanto como homenagem aos dedicados adeptos locais como aos integrantes da equipe técnica de origem tupiniquim. Apesar de ter feito outras homenagens do gênero, o Motörhead nunca obteve a mesma repercussão, para nosso orgulho.

Ainda havia outro tributo a se prestar em “R.A.M.O.N.E.S.” que, como Joey Ramone declarou, foi “a honra definitiva, como ser homenageado por John Lennon”. Não é para menos, já que a faixa é um Rock And Roll em sua essência – e com menos de um minuto e meio, como determina a cartilha dos celebrados em seus melhores momentos. 1916 chegou ao número 24 no chart do Reino Unido, além de um discreto 142º posto nos Estados Unidos. Foi indicado ao Grammy na categoria Best Metal Album, perdendo para o Metallica e seu disco autointitulado. Para Lemmy, foi um renascimento da banda, que não vinha bem na segunda metade dos anos 1980 em termos de repercussão. Também acabou sendo o último play em que Animal Taylor tocou por completo. Merece estar na coleção de todos os fãs.


Lemmy Kilmister (baixo, vocais)
Phil Campbell (guitarra)
Würzel (guitarra)
Phil “Philty Animal” Taylor (bateria)


01. The One To Sing The Blues
02. I’m So Bad (Baby, I Don’t Care)
03. No Voices In The Sky
04. Going To Brazil
05. Nightmare/The Dreamtime
06. Love Me Forever
07. Angel City
08. Make My Day
09. R.A.M.O.N.E.S.
10. Shut You Down
11. 1916

Fonte: Van do Halen

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